terça-feira, 15 de maio de 2012

Nuvens


Em Antonio e Cleópatra de Shakespeare, há um fragmento que diz que, ás vezes contemplamos uma nuvem que parece dragão; às vezes essa forma toma o vapor de leão ou feroz urso, de cidade com torres, pedra ingente de promontório azul coroado de árvores, que oscila sobre o mundo, e nossa vista deixa atemorizada sem motivo. Sinais como esses já tens visto muitos; são fantasmas das tardes enubladas.
Mas esses não são apenas os sinais das tardes enubladas, são meus sinais da alma, e como nuvens se desfazendo, e a todo instante se reconstruindo, eu me encontro. Não há certezas, e sem mais motivos, nos atemorizamos, mesmo não precisando. Somos inatos, atos.

BRISA, Bárbara.

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